Pular para o conteúdo principal

Pereskia aculeata. Ou ora-pro-nóbis.



Como dito na publicação anterior, estamos conhecendo algumas PANCs (Plantas Não Convencionais Comestíveis). Elas possuem partes comestíveis, podendo ser espontâneas ou cultivadas, exóticas ou nativas, mas não fazem parte da nossa alimentação cotidiana. Essas plantas geralmente são vistas como plantas daninhas, mas além de serem ricas em nutrientes, ao manejá-las e consumi-las estamos também contribuindo para manter a diversidade e a soberania alimentar e ecológica.

Para o encontro do dia 23/08 com o "Aprender é Viver" selecionamos a planta de nome científico Pereskia aculeata, conhecida como "ora-pro-nóbis". Diz-se que tem esse nome popular, pois em Minas Gerais no período colonial as igrejas eram cercadas por estas plantas, que os padres não deixavam colher. Então, no momento de uma longa oração chamada ora-pro-nóbis (rogai por nós), as mães mandavam os filhos aproveitarem o momento para apanharem as folhas para a refeição.


Imagem relacionada
Pereskia aculeata, popularmente conhecida como ora-pro-nóbis
No entanto, apesar das folhas suculentas, é considerada um cacto, apresentando espinhos ao longo do seu caule. Podemos encontrá-la com relativa facilidade na gastronomia mineira, geralmente com as folhas temperando o frango, como também incrementando-o em termos nutritivos, pois estas partes são ricas em proteínas e por isso é até mesmo chamada de "carne dos pobres". Além das folhas, as flores, que podem ser brancas, amarelas ou róseas, também são comestíveis, podendo ser usadas em saladas, salteadas puras ou com carnes. Esta planta também dá frutos, deles podemos fazer sucos, geleias, sobremesas, licores e tudo o mais. As sementes podem ser germinadas para produzirem brotos, mas também podemos conseguir mudas da planta a partir de estacas. Estas podem ser colocadas em água, que deve ser trocada de 4 em 4 dias, até começarem a nascer as raízes, quando podem ser transferidas para o solo, ou plantadas diretamente nele.
Estacas de ora-pro-nóbis


No nosso encontro servimos um patê de ricota com ora-pro-nóbis. Utilizamos sal, alho, cebola, azeite, ora-pro-nóbis, ricota e o modo de preparo é o seguinte:

•Coloque a cebola para dourar junto com o sal e o alho;
•Em seguida, adicione as 4 colheres de azeite, quantidade que pode ser reduzida, se preferir;
•Adicione as folhas do ora-pro-nobis picadas grosseiramente e refogue;
•Enquanto refoga o ora-pro-nobis, corte a ricota em pedaços pequenos.
•Transfira o refogado aos poucos para o liquidificador e vá adicionando a ricota partida;
•Se houver necessidade, acrescente um pouco de água fervente para deixar a pasta macia;
•Armazene em recipiente e sirva sobre biscoitos ou pães.

Patê de ricota com ora-pro-nóbis


Sem bater no liquidificador, apenas amassando a ricota com o refogado, também podemos ter um recheio para um escondidinho de ricota que pode ser coberto com purê de jerimum.

Até mais!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cariru

CONHEÇAM BELDROEG ÃO OU CARIRU... Hoje o "Aprender é Viver" conheceu a T alinum triangulare ,  podendo ser mais conhecida popularmente por cariru, cururu, João Gomes e beldroegão . A planta rasteira é própria da região amazônica e por lá muito utilizada na culinária, e aqui no nordeste também apresenta boa adaptação . P ossui grande valor nutritivo, sendo rica em vitaminas A, B2, B5 e C. Além de minerais como Cálcio, Fósforo, Ferro, Magnésio e Potássio.   De fácil cultivo, não necessita grandes cuidados. Adapta-se bem em climas quente e úmido e de baixa fertilidade de solo, sendo dessa forma encontrada facilmente como planta invasora de plantações e terrenos baldios. Talinum triangulare. Cariru, João Gomes ou beldroegão Podemos usar suas folhas suculentas e talo para fazer recheios, patês, temperar saladas...basta usar a imaginação! Em nosso encontro, foi servida uma torta salgada acompanhada de suco rosa geladinho.         ...

Boas-vindas!

Este blog é destinado às publicações das atividades da disciplina de Educação Alimentar e Nutricional do curso de Graduação da UFRN. Durante todo o semestre esta disciplina proporciona encontros com o "Aprender é Viver", um grupo composto por pessoas de todas as idades que, em sua maioria  apresentam Doenças Crônicas Não Transmissíveis (como diabetes e hipertensão) e que já recebem atendimento nutricional individualizado. Para fortalecer este tratamento, quinzenalmente, às quartas-feiras, essas pessoas se reúnem com os alunos do curso para irmos além das questões nutricionais e na busca de uma saúde trabalhada por uma ótica complexa. É assim que há mais de 10 anos histórias das mais diversas, emoções, sentimentos e memórias são compartilhadas num ambiente acolhedor e de muito amor. Esta é, portanto, uma publicação de boas-vindas e um convite para se deliciarem não apenas com os apetitosos encontro do "Aprender é Viver" como também com as atividades de Educação Alime...

Opuntia ficus-indica: Figueira da Índia

      Na 4º associação do grupo Aprender é Viver realizada no dia 04 de outubro de 2017, o tema trabalhado foi: Plantas alimentícias não convencionais e a busca de uma agricultura sustentável, onde apresentou-se a última PANC a ser trabalhada do período de 2017.2, a Opuntia ficus-indica , conhecida popularmente como figueira da Índia ou palma.                   Essa é um planta da família das cactáceas, arbustiva e arbórea, podendo atingir até 5 metros, ramificando-se e espalhando-se lateralmente. Adaptada ao clima desértico, cultiva-se facilmente em solos pobres e locais de clima seco. A figueira da índia possui baixo teor de proteínas e lipídeos, alto teor de carboidrato e água, e é fonte de cálcio, fósforo, magnésio e potássio, tendo valores de vitamina C comparáveis com os da laranja, limão e mamão.            Pode-se utilizar a raquete (palma) para preparação de sala...